Rivaldo recompensou delegado por obstruir caso Marielle, diz PF

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Em relatório divulgado neste domingo (24), a Polícia Federal (PF) aponta que o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, teria “premiado” o delegado responsável pelo inquérito do caso Marielle, Giniton Lages, por impedir o avanço das investigações.

Segundo a corporação, Lages foi promovido para a 1ª classe em dezembro de 2018, quando faltava quatro dias para o fim da intervenção federal na Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro. Rivaldo Barbosa trabalhou como chefe durante o período da intervenção.

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Em delação premiada, o ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou que a promoção era uma recompensa a Lages por atrapalhar o andamento do inquérito.

De acordo com a PF, tal incentivo a Lages foi considerado atípico, visto que ele tinha pouco tempo de atuação na polícia, incompatibilidade de histórico funcional, além de ter em mãos um caso de repercussão nacional que seguia sem conclusão.

– Giniton Lages cumpriu à risca a missão que lhe fora outorgada, sobretudo por suas condutas terem sufocado diversos meios eficazes de obtenção de prova que, agora, não mais podem ser alcançados pela persecução penal – diz o relatório.

A corporação ainda aponta que a Polícia Civil do Rio de Janeiro teria utilizado o aparato estatal a fim de fazer desaparecer ou negligenciar provas e desviar a culpa do crime para pessoas que não estavam envolvidas nele.

– Em que pese o delegado Giniton Lages ser o presidente das investigações, a trama para levar Ferreirinha [testemunha falsa] à Delegacia de Homicídios foi arquitetada por Rivaldo Barbosa que, no exercício do cargo de Chefe de Polícia, mobilizou o aparato estatal e viabilizou, junto ao Gabinete da Intervenção Federal, uma sala no Círculo Militar da Praia Vermelha, situado na Urca, para a realização do ato. Em vez de buscar uma linha de investigação que partisse de provas técnicas e concretas, a DHC enveredou pela construção de uma linha calcada em premissas absolutamente movediças, para apresentar à sociedade a tão cobrada elucidação do Caso Marielle e Anderson – acrescenta o documento.

DEFESA
Em nota ao portal G1, Giniton Lages afirmou que realizou “todas as diligências necessárias à elucidação do caso” durante o período em que esteve à frente do inquérito.

– De março de 2018 até março de 2019, foram produzidas: 5.700 páginas, distribuídas por 29 volumes; 230 testemunhas/investigados foram ouvidas; 33.329 linhas telefônicas foram analisadas, através de quebra de sigilo judicial; 318 linhas telefônicas foram objeto de interceptação telefônica, através de ordem judicial, além de várias operações realizadas e acompanhadas por mim e pela minha equipe. O resultado desse trabalho foi a prisão dos executores, que está todo documentado nos autos do processo, e faz prova de toda a minha dedicação e profissionalismo – assinalou.

Já Rivaldo Barbosa, por meio de seu advogado, Alexandre Dumans, negou que tenha obstruído as investigações, destacando que Ronnie Lessa foi preso durante a sua administração.

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