Greve de professores de federais recebe adesão de ao menos 21 instituições, diz sindicato

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O primeiro dia da greve nacional de professores, nesta segunda-feira (15), teve adesão de ao menos 21 instituições federais de ensino, segundo balanço do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).

Professores de universidades, centros de educação tecnológicas e institutos federais das cinco regiões do Brasil já haviam anunciado a paralisação. A categoria exige reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% —a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026.

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A Andes-SN afirmou que, além da recomposição salarial, existe a necessidade de investimentos públicos nas instituições federais de educação, diante da corrosão desses investimentos no governo passado, sob Jair Bolsonaro (PL).

O MEC (Ministério da Educação) da gestão Lula (PT) informou, em nota, que busca alternativas de valorização dos servidores da educação. No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores, argumentou a pasta.

Equipes do MEC vêm participando, ainda segundo a nota, da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e da mesa setorial que trata de condições de trabalho.

Na última quinta-feira (11), o MEC realizou a primeira reunião da Mesa Setorial de Negociação Permanente. “A carreira de técnico-administrativos será reestruturada neste governo, mas dependemos do espaço fiscal que a junta orçamentária e o governo definirão”, disse na ocasião o

secretário executivo adjunto do MEC, Gregório Grisa. Segundo balanço da Andifes (órgão que reúne reitores das universidades) no fim do dia, 18 universidades ainda farão assembleia para decidirem sobre adesão e 12 decidiram por não aderir à greve. A organização diz que 15 universidades teriam decidido pela greve até agora: UFV, UFC, UFCA, UFPel, UnB, UFMA, UFCSPA, Unir, Ufop, UFV, UFPR, Unifesspa, UFTP, FURG e UFMG.

A Andifes representa todas as 69 universidades federais e dois centros federais de educação tecnológica. Em nota, a organização diz que acompanha de perto as reivindicações e tem mantido conversado com representantes dos sindicatos.

Já o Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica) ainda não tinha balanço completo sobre a adesão nos institutos federais.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou maiores negociações do governo, mas defendeu o direito à greve ao comentar sobre as reivindicações salariais dos servidores públicos. Lula disse que a ministra Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) está “fervilhando de problemas”, por suas negociações com servidores públicos.

“Ela [Esther] está fervilhando de problemas. Acho até que não devia ter deixado ela vir para cá, devia ficar negociando antes que a gente receba de presente as greves”, disse. “A gente pode até não gostar, mas [greves] são direito democrático dos trabalhadores. Não tenho moral para falar contra greve, nasci das greves. Então sou obrigado a reconhecer”.

INSTITUIÇÕES QUE JÁ ESTÃO EM GREVE, SEGUNDO O ANDES-SN*

  1. Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) – campi Pouso Alegre e Poços de Caldas;
  2. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – campus Rio Grande;
  3. Universidade Federal do Rio Grande (FURG;
  4. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG);
  5. Instituto Federal do Piauí (IFPI);
  6. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB);
  7. Universidade Federal de Brasília (UnB);
  8. Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF);
  9. Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP);
  10. Universidade Federal de Pelotas (UFPel);
  11. Universidade Federal de Viçosa (UFV);
  12. Universidade Federal do Cariri (UFCA);
  13. Universidade Federal do Ceará (UFC);
  14. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES);
  15. Universidade Federal do Maranhão (UFMA);
  16. Universidade Federal do Pará (UFPA);
  17. Universidade Federal do Paraná (UFPR);
  18. Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB);
  19. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa);
  20. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR);
  21. Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

COM INDICATIVO/CONSTRUÇÃO DE GREVE APROVADA SEM DATA DE DEFLAGRAÇÃO

  1. Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI);
  2. Universidade Federal da Paraíba (UFPB);
  3. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);
  4. Universidade Federal do Piauí (UFPI);
  5. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB);
  6. Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE);
  7. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

DEFLAGRAÇÃO/INDICATIVO DE GREVE APÓS 15/04

  1. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ);
  2. Instituto federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – campi Alvorada, Canoas, Osório, Porto Alegre, Restinga, Rolante e Viamão;
  3. Universidade Federal de Sergipe (UFS);
  4. Universidade Federal de Uberlândia (UFU);
  5. Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)

EM ESTADO DE GREVE

  1. Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD);
  2. Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ);
  3. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO);
  4. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ);
  5. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);
  6. Universidade Federal do Pampa (Unipampa);
  7. Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA);
  8. Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

*Outras universidades não ligadas ao sindicato também podem parar

 

Mariana Brasil/Paulo Saldaña/Folhapress

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