Cada vez mais distante dos outros partidos de esquerda, o PT vai construindo a sua plataforma para as eleições presidenciais de 2022 e mira as legendas de centro para negociar possíveis alianças. Com o PDT decidido a emplacar mais uma vez Ciro Gomes na disputa, o pré-candidato Fernando Haddad já abriu fogo contra o pedetista.
Na semana passada, os petistas iniciaram a jornada política acenando para o PSD, em Minas Gerais, que foi o único estado onde a legenda manteve votação expressiva em 2018. A tentativa do PT é se aproximar do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e manter os resultados nas urnas. No entanto, as conversas são preliminares e ainda estão muito longe de uma definição.
Nas próximas semanas, outras lideranças de centro estão na mira, sendo eles, os prefeitos Dr. Furlan (Cidadania), de Macapá; e João Henrique Caldas (PSB), de Maceió. Além disso, partidos pequenos como o Pros, PMN e PMB devem se reunir com os petistas nos próximos meses.
Com isso, o desenho inicial não é muito promissor para o PT, que vê como descartada a possibilidade de uma coligação com o PDT, ao mesmo tempo em que a Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, acena para Ciro Gomes.
Já o PCdoB, que sempre foi um aliado, pode lançar o governador do Maranhão, Flávio Dino, ou até mesmo a ex-candidata à prefeitura de Porto Alegre, Manuela D’Ávila. Além disso, o PCdoB e PSB negociam uma possível fusão. Inclusive, o PSB mantém conversas com o apresentador Luciano Huck, da TV Globo, que estuda lançar candidatura.
Enquanto isso, o Psol deve insistir na estratégia de candidatura própria e lançar o ex-presidenciável Guilherme Boulos, após ele ter chegado ao segundo turno em São Paulo, nas eleições de 2020.