Confira a nova coluna de Benjamin e Silva, Meio milhão de mortes! A banalização da vida.

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E o Brasil ultrapassou a marca de meio milhão de mortos pela Covid-19. Mais que os números, o que me incomoda é a parcimônia e o sentimento de normalidade com que aceitamos a triste situação. São mais de 2.000 pessoas mortas em média nos últimos dias. Num passado não tão distante qualquer acidente de trânsito que tirasse a vida de duas ou mais pessoas da mesma família, queda de avião que matasse algumas dezenas de pessoas causavam dor, comoção e um enorme sentimento de perda.

Todavia, nossa sociedade parece ter pacificado e entendido como razoável os noticiários, que anunciam diariamente um número de mortes maior que a população de alguns municípios do nosso país.

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Dos 5.570 municípios brasileiros, apenas 49 deles têm população acima de 500 mil habitantes. Então, o número de mortos pela Covid-19, que coloca o Brasil em segundo lugar no ranking mundial, mesmo não sendo ele o segundo maior em população, não é pequeno e não pode ser aceito como normal, mesmo porque esses números não são apenas estatísticas. Há muito tempo passaram a ser nomes, pois entre os mortos estão familiares, amigos, vizinhos, pessoas que partiram deixando saudades.

Que houve descaso e negligência por parte do Governo Federal, que subestimou a tragédia anunciada, retardando as ações para o combate à pandemia e a aquisição de vacinas, bem como teima em incentivar o boicote às medidas profiláticas de proteção para contenção da disseminação do vírus como o uso de máscaras e o distanciamento social, é inegável, pois, mesmo diante do obituário assustador, o presidente, seus asseclas e os fanáticos que o idolatram continuam a propalar tal comportamento negativista e a agir de forma contrária à ciência.

Ainda são milhares os “médicos infectologistas e sanitaristas” formados e especializados nas redes sociais, que defendem de forma árdua, incansável e insistente o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes e o tratamento precoce, que cientificamente não tem eficácia.

Alguém já se perguntou quem lucrou com o crescimento exorbitante das vendas da Cloroquina e da hidroxicloroquina ?
Quais os reais interesses de se estimular o uso desse medicamento, que foi comprado e distribuído aos milhões pelo Governo Federal ?

Mas, deixando a podridão política de lado, o maior responsável pela tragédia que já ceifou e ainda vai ceifar a vida de meio milhão de brasileiros, os últimos 100 mil em apenas 50 dias, é o próprio povo. Sobretudo a população mais jovem, que insiste em burlar as regras e e recomendações constantes nos Decretos Estaduais e Municipais, que visam diminuir o contágio da doença, a fim de evitar a superlotação dos hospitais e o colapso do sistema de saúde.

Até onde vai a estupidez humana ? É surreal ver as forças policiais, ao invés de voltarem seu foco para combater a criminalidade, serem empregadas na fiscalização do cumprimento dos Decretos, debelando aglomerações em festas, bares e mesmo em logradouros públicos. Acerca disso, Albert Einstein, o físico e matemático alemão, considerado um dos pais da ciência moderna, já afirmava: “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta”.

Quantos mais ainda morrerão ?

Triste Brasil !

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