O senador Tasso Jereissati (PSDB) declarou que votará contra a PEC da Transição, caso a proposta não sofra alterações daquela enviada pela equipe de transição para o governo Lula (PT). Em entrevista ao UOL, nesta sexta-feira (18), o tucano disse que a proposta era um “absurdo”.
“Ninguém é contra o auxílio de R$ 600. Isso é absolutamente necessário, tem que ser feito e não se pode negar ao novo governo essa tranquilidade. Mas o que está proposto na PEC é muito mais do que isso. São recursos que vão nos levar a um caminho que ninguém tem noção onde pode acabar. Se essa PEC for do jeito que está aí, voto contra e peço aos meus colegas do PSDB que votem contra”, anunciou Tasso.
Ainda durante a entrevista, Tasso revelou que sua maior preocupação é a duração do auxílio previsto na PEC. “A obrigação do Congresso é dar ao novo governo condições de cumprir a promessa básica do governo, de R$ 600, por um ano. E durante o ano que vem, com um novo Congresso, fazer essa discussão com plano mais amplo. Inclusive com um tipo de arcabouço fiscal que o governo pretende para segurar trajetória da dívida”.
O parlamentar entende, ainda, que o teto de gastos já foi quebrado. E culpou o atual governo de Jair Bolsonaro (PL) por isso. “Quem acabou com o teto foi Paulo Guedes”.
Nesta quinta-feira (17), o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) afirmou à CNN Brasil que o “teto de gastos é mais problema do que solução”. Durante a entrevista, o ex-tucano afirmou que o valor ‘extrateto’ estimado na PEC de Transição, de R$ 200 bilhões, faz parte de um anteprojeto e que não necessariamente será usado.
“É importante destacar que esse é o teto. Não quer dizer que vá gastar tudo.[…] Nós não apresentamos uma PEC. Encaminhamos um projeto e agora são os senadores que têm que formalizar a proposta. Um terço do Senado tem que propor e aí tem que ser aprovado no Senado e na Câmara.[…] Mas tudo isso tem que ser urgente porque senão, em janeiro, as famílias não vão receber parte importante do Bolsa Família”, disse Alckmin.