O governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, tem irritado europeus na tentativa de reformar a Organização Mundial de Saúde (OMS) e blindar a entidade da influência da China no futuro.
O descontentamento ocorre sobretudo porque os EUA querem o Brasil como aliado. Segundo informações da coluna Jamil Chade, do UOL, Washington já teria enviado a Brasília seu projeto com princípios sobre como recriar as estruturas da agência.
O documento submetido pelo governo americano apresenta um conjunto de propostas para redefinir o papel da OMS. Mas o projeto, elaborado nos últimos meses, abriu uma crise. Os governos de França e Alemanha abandonaram provisoriamente uma negociação no início de agosto diante da insistência de Washington em estabelecer a agenda da reforma e os princípios da nova entidade.
Ainda de acordo com a coluna, a irritação dos europeus ocorre diante do fato de os EUA estarem adotando uma postura dupla: de um lado, anunciam sua saída da organização e o fim do repasse de recursos. Mas, ao mesmo tempo, querem comandar a reforma da instituição.
Europeus temem intenção eleitoreira de Trump. Berlim, que lidera a União Europeia, quer evitar um apoio ao projeto americano, visto como excessivamente crítico à OMS e que poderia apenas servir de plataforma eleitoral ao americano.
No restante dos países do G7, um consenso foi formado de que a pandemia revelou a necessidade de que a OMS passe por uma reforma. Mas, no lugar de esvaziar a agência, isolar a China e criticá-la, a proposta sobre a mesa vai no sentido de fortalecer a agência.
Se Trump escolheu a via da confrontação e com um texto duro de críticas contra a China e a OMS, em meio à pandemia do novo coronavírus. França e Alemanha optam por um outro caminho, abandonando provisoriamente as negociações.