Bahia x Ceará iguala Ba-Vi como duelo que mais vezes decidiu o Nordestão

Arisson Marinho e Tiago Caldas / CORREIO
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Não é um clássico estadual, mas já pode ser chamado de clássico da Copa do Nordeste. Pelo segundo ano consecutivo, o título do maior torneio regional do país será disputado entre Bahia e Ceará. O Vozão busca o seu terceiro título. O Esquadrão, o quarto.

O tricolor baiano passou no último sábado (24) pelo Fortaleza, em duelo único disputado à noite, no Castelão. Após um empate em 0x0, o Esquadrão avançou nos pênaltis, por 4×2. Já o alvinegro cearense bateu o Vitória por 2×0 no mesmo dia e estádio, porém à tarde.

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O jogo de ida terá mando do Bahia, em Pituaçu, no próximo sábado, dia 1º de maio, às 16h. A final terá mando do Ceará, dono da melhor campanha do torneio, no Castelão, dia 8, também às 16h.

Será a terceira final disputada entre Bahia e Ceará na história do Nordestão. Nas duas anteriores, em 2015 e em 2020, deu Vozão. O duelo iguala assim a marca do Ba-Vi, até então o único confronto a ter decidido o regional em três ocasiões: 1997, 1999 (ambas com Vitória campeão) e 2002 (Bahia).

As três decisões entre Bahia e Vitória ocorreram na “antiga era” do Nordestão, quando foi disputado de forma ininterrupta entre 1997 e 2003. Nesta “nova era”, com frequência anual desde 2013, quem domina é Ceará x Bahia.

O técnico tricolor, Dado Cavalcanti, disse que dessa vez o título ficará na Bahia: “Primeiro, é preciso destacar a alegria de chegar à final. Agora restam duas equipes que demonstraram qualidade e têm merecimento de estarem na final. É motivante, para que a gente dê sequência no trabalho, e que dessa vez o troféu fique em Salvador”.

Após a semifinal, o técnico do Ceará, Guto Ferreira, era só felicidade: “Parabéns aos jogadores por essa mentalidade vencedora que vai aos poucos se construindo no clube. Todo mérito é deles. É sempre importante seguir criando situações como essa, de brigar por títulos. A gente quer levantar mais uma taça. Estamos a dois jogos dela”.

Para os tricolores, a motivação é triplicada. O título por si só já é importante, mas também quebrará uma sequência de vices em poucos anos. Depois de conquistar o troféu em 2017, o Bahia perdeu as finais em 2018, para o Sampaio Corrêa, e para o próprio Ceará, em 2020.

Além disso, se conquistar mais esse Nordestão, o Bahia chegará ao quarto título, igualando assim o rival Vitória, maior vencedor da competição e que não ergue a taça desde 2010 (também a venceu em 1997, 1999 e 2003). O tricolor detém os troféus de 2001, 2002 e 2017.

Mas o histórico que mais motiva a torcida tricolor é, sem dúvidas, vingar-se da sequência negativa que tem acumulado diante do Ceará. O Bahia não vence desde novembro de 2018, quando fez 2×1 na Fonte Nova pelo segundo turno da Série A.

Já são sete partidas sem ganhar do Vozão, com derrotas nos últimos quatro jogos. Nessa conta estão os dois duelos pela final da Copa do Nordeste de 2020, ambas disputadas em Pituaçu por conta da pandemia da covid-19, e os dois confrontos pela última edição da Série A.

O Ceará vive um momento inédito em sua história. Na quarta-feira (21), venceu o seu primeiro adversário estrangeiro numa partida oficial ao bater o Jorge Wilstermann, da Bolívia, por 3×1 no Castelão, pela Sul-Americana. E nesta terça-feira (27) fará o seu primeiro jogo oficial fora do Brasil, contra o Arsenal de Sarandí, na Argentina, pela mesma competição.

Esse, aliás, pode ser um trunfo a favor do Bahia. O Ceará precisará fazer três viagens longas para cumprir a sua agenda antes da final. Depois do duelo em Sarandí, na região metropoliana de Buenos Aires, o Vozão virá a Salvador para o jogo de ida em Pituaçu e na sequência embarcará para a Bolívia, onde enfrentará no dia 5 o Bolívar, na altitude de La Paz, também pela Sul-Americana. E só depois voltará a Fortaleza para o jogo de volta da final.

Guto Ferreira não deu indícios de que poupará jogadores para a final do Nordestão: “São adversários de qualidade. Temos que trabalhar muito para repetir mais um título. E isso enfrentando muitas viagens. Serão viagens antes da primeira e da segunda final. Queremos botar sempre a melhor equipe em campo nesses jogos”.

Já o tricolor de Dado Cavalcanti sequer sairá de Salvador no período. Nesta terça (27) enfrentará o Guabirá, da Bolívia, pela Sul-Americana, em Pituaçu. Mesmo estádio do duelo de ida da decisão regional e do confronto com o argentino Independiente no dia 4, também pela Sul-Americana.

Dado, sim, deu pistas de que pode poupar atletas diante do Guabirá: “Costumo avaliar caso a caso, por conta da sequência de quatro jogos importantes que vamos fazer. Alguns jogadores se desgastam mais do que outros e talvez não tenham condições de darem 100% na terça. Avaliarei com a comissão a melhor formação para entrar forte e conseguir ganhar”.

O Ceará chega a esse momento embalado. Venceu os seus últimos seis jogos, tendo marcado 17 gols nesse intervalo e sofrido apenas um, de pênalti, marcado pelo Jorge Wilstermann.

A equipe de Guto Ferreira classificou-se para a segunda fase como único time invicto, status que manteve por ter batido o Sampaio Corrêa, por 3×0, nas quartas de final, e o Vitória, por 2×0, nas semifinais. Na realidade, a última derrota do Ceará pelo regional foi em 6 de abril de 2019, para o Náutico, por 2×0, pelas quartas de final daquela edição. São 22 jogos sem ser batido.

Para os torcedores mais supersticiosos, esse é um trunfo e tanto: das duas vezes em que chegou à final contra o Bahia e de forma invicta – em 2015 e em 2020 -, o Ceará sagrou-se campeão. E ainda tem outra coincidência: em ambos os casos, eliminou o Vitória pelo caminho. Em 2015, nas semifinais, e em 2020, nas quartas.

Fonte: Correio

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