A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que, em 2021, a crise humanitária no planeta terá um agravamento sem precedentes, atingindo um número recorde de 235 milhões de pessoas, o que exigirá um esforço inédito na história da organização, informa o colunista Jamil Chade, do portal UOL.
Segundo a publicação, a operação de resgate vai precisar de US$ 35 bilhões para sair ao socorro de um verdadeiro exército de famintos, destituídos e abandonados em locais como Síria, Venezuela, Paquistão, Haiti, Afeganistão, Iêmen, Colômbia, Ucrânia e outros países.
Se projeções do FMI, Banco Mundial e de outras instituições apontam para o início da recuperação da economia mundial em 2021, a ONU relembra que a crise de 2020 terá seu impacto prolongado entre os grupos mais vulneráveis e populações que já viviam em uma situação delicada.
“Conflitos, mudanças climáticas e a Covid-19 geraram o maior desafio humanitário desde a Segunda Guerra Mundial”, alertou oao Jamil Chade o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres.
Os dados apontam que o número de pessoas afetadas por crises humanitárias é 40% superior aos dados de 2020. O total é quase três vezes maior que em 2015. No total, 56 países precisarão de ajuda internacional, inclusive o Brasil, para lidar com os venezuelanos na região norte do país.
“Se todos aqueles que precisarem de ajuda humanitária no próximo ano vivessem num país, seria a quinta maior nação do mundo, com uma população de 235 milhões de habitantes”, diz a ONU, que espera implementar uma operação para alimentar e dar abrigo para 160 milhões de pessoas em 2021.
O provável cenário será decorrente da pandemia que já matou milhares de pessoas ao redor do planeta. Outra preocupação extra diz respeito à imunização em escala global. De acordo com a ONU, há um risco real de que a vacina contra o noco coronavírus chegue apenas para uma parcela rica do planeta e que milhões de pessoas ainda tenham de esperar meses ou anos para serem imunizados.