Moradores de Amargosa e São Miguel das Matas, cidades da Bahia que registraram terremotos recentemente, relataram que ainda não receberam ajuda do poder público para solucionar os problemas provocados pelos tremores nas estruturas das casas. As prefeituras das duas cidades dizem que já começaram os trabalhos para ajudar a comunidade.
A série de terremotos começou no dia 30 de agosto, quando tremores com 4.6 de magnitude foram registrados na região das cidades de Mutuípe, que fica no Vale do Jiquiriçá, e Amargosa, no recôncavo baiano. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), esse foi o maior abalo sísmico registrado no estado. Não houve feridos.
O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) divulgou que a magnitude do evento foi de 4,2. Já os cálculos do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) apontam que foi um pouco maior, atingindo 4,6.
Após o primeiro registro, vários outros começaram a ser notificados por dias consecutivos. A última atualização do G1 ocorreu no dia 2 de setembro, quando um tremor, com 1,8 de magnitude, foi sentido entre Amargosa e São Miguel das Matas.
Nesse intervalo, alguns imóveis tiveram a estrutura danificada. Além disso, algumas famílias precisaram sair de casa, o que levou as prefeitura de Amargosa e de São Miguel das Matas decretarem situação de emergência. O objetivo foi arrecadar fundos para ajudar a população. Apesar disso, os moradores reclamam que ainda não receberam auxílio.
Até esta sexta-feira (18), Amargosa tinha o registro de 13 casas com problemas na estrutura, provocados pelos abalos, além de um igreja. Já São Miguel das Matas, tem 139 imóveis danificados, com 10 famílias desabrigadas, além do telhado de uma escola comprometido.
“Devido aos terremotos, as condições ficaram caras. Ninguém veio aqui fazer a vistoria”, disse o aposentado Josias Santana.
“Minha casa está toda estralada. Ninguém ainda veio aqui para verificar”, contou Teófila Alves, outa moradora da cidade.
De acordo com Naedson Borges, secretário de infraestrutura de Amargosa, a cidade busca apoio junto com a Defesa Civil do estado.
“Nós estamos agora fechando os relatórios e encaminhamos para a Defesa Civil para que eles possam fazer, junto com o município, o levantamento do que vai ser necessário para o reparo desses imóveis”, contou.
Já Dayanne Lopes, assistente social de São Miguel das Matas, falou que as providências já foram tomadas.
“As famílias que tiveram perda total, os gestores já entraram com as providências cabíveis para pagar o aluguel social para essas famílias. E, as outras que tiveram pequenos danos, como rachaduras, a Secretaria de Infraestrutura já começou a fazer esses reparos com os recursos próprios”, pontuou.
O primeiro tremor começou pouco antes das 8h do dia 30 de agosto, e durou cerca de 20 segundos. Depois, houve uma nova trepidação, desta vez mais branda, por volta das 8h20.
Segundo cálculos do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o terremoto teve magnitude de 4,6.
Apesar do epicentro ser entre o Recôncavo Baiano e o Vale do Jiquiriçá, o tremor foi sentido em várias regiões do estado, como a capital, Salvador, e cidades das regiões sul e sudoeste.
- Já na noite do dia 30, um novo tremor foi sentido em Amargosa. Dessa vez, o terremoto teve magnitude de 2,7.
- Na madrugada de 31 de agosto , um novo terremoto, com magnitude de 3,5, foi registrado. Os tremores foram sentidos principalmente em Amargosa, Brejões e Elísio Medrado.
- Por causa da situação, a barragem Pedra do Cavalo, que fica entre as cidades baianas de Governador Mangabeira e Conceição da Feira, passou por uma inspeção extra, após os terremotos que aconteceram na região. Conforme a Votorantim Energia, empresa responsável pela administração do equipamento, nenhuma anormalidade foi encontrada.
- No dia (1º), novos tremores foram registrados nas cidades. Nesse mesmo dia, a UFRN divulgou que 17 ocorrências de tremores foram registrados em municípios baianos em menos de uma semana.
- No dia 2 de setembro,novos terremotos voltaram a ser sentidos entre Amargosa e São Miguel das Matas. O maior deles teve 1.8 de magnitude.
- No dia 3, a Defesa Civil do Estado (Sudec), registrou dois tremores em Amargosa. Nesse mesmo dia, foi decretada situação de emergência em Amargosa e São Miguel das Matas.
- No dia 4, com o objetivo de monitorar novos casos de abalos no estado e reunir dados sobre eles, uma equipe do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) instalou sismógrafos em sete cidades do estado.
Moradores de Cachoeira, que também fica no Recôncavo Baiano, também relataram tremores de terra. O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) informou que o fenômeno ocorreu na cidade de São Félix, vizinha a Cachoeira, e teve magnitude de 1,6.
No mês de julho, um terremoto de 3,5 de magnitude foi registrado na região do litoral sul da Bahia. O tremor aconteceu na altura da cidade de Ilhéus e também foi registrado por sismólogos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que fazem o monitoramento.