Desmate na Amazônia é o maior desde 2008, mostra levantamento

Nuvens de fumaça durante um incêndio em uma área da floresta amazônica perto de Humaitá, Estado do Amazonas, Brasil, Brasil 17 de agosto de 2019.
Propaganda

O desmatamento da Amazônia teve uma alta de 9,5% no último ano e atingiu a maior taxa desde 2008 – o que já tinha ocorrido no ano passado. Entre agosto de 2019 e julho deste ano, a devastação da floresta alcançou 11.088 km², ante os 10.129 km² registrados nos 12 meses anteriores. A área devastada no último ano equivale a 7,2 vezes à da cidade de São Paulo. As informações são de reportagem do site TN Online.

Segundo a publicação, a estimativa é do do Prodes, o sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que fornece a taxa oficial do desmatamento da Amazônia no período de um ano – divulgada ontem, durante visita do vice-presidente, Hamilton Mourão, e do ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, ao Inpe. Os dados consolidados serão apresentados no primeiro semestre do ano que vem.

Propaganda

A elevação do Prodes observada entre agosto de 2018 e julho de 2019, ante os 12 meses anteriores, já tinha sido de 34,4%. O avanço do corte raso registrado na Amazônia Legal desde o início da gestão Bolsonaro interrompe uma sequência de dez anos em que o desmatamento ficou abaixo de 10 mil km².

Com essa taxa, o País também deixa oficialmente de cumprir a principal meta da Política Nacional de Mudanças Climáticas, de 2010, que estabelecia que o desmatamento neste ano seria de, no máximo, 3,9 mil km². Até meados da década passada, parecia que a meta do PNMC seria cumprida.

Em 2012, o desmatamento da Amazônia chegou ao menor valor do registro histórico – de 4.571 km² -, após a implementação de uma política nacional de combate ao desmatamento que derrubou a taxa em 83% ao longo de 8 anos (em 2004 havia chegado a 27.772 km²).

Nos anos seguintes, ela passou a flutuar para cima, mas teve os piores aumentos a partir do ano passado. Com o dado de agora, o País chega a um desmatamento 184% superior à meta. A taxa atual é a primeira registrada totalmente sob a gestão Bolsonaro. A do ano passado ainda abarcava cinco meses da gestão Temer. As altas seguidas também colocam em xeque outra meta do Brasil, assumida no Acordo de Paris, de 2015, de zerar o desmatamento ilegal até 2030. A aceleração ocorreu mesmo diante da forte presença de militares na Amazônia. Em agosto do ano passado, foi decretada uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região após o aumento expressivo das queimadas. O fogo diminuiu, mas o desmatamento não.

Propaganda

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui