Após ataques de Bolsonaro, Anvisa retarda importação de matéria-prima para vacina

Com o atraso, produção que poderia ficar pronta em dezembro, só será finalizada, no mínimo, em janeiro de 2021

Os pesquisadores Jean Pierre Schatzmann Peron, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), e Patricia Cristina Baleeiro Beltrão Braga, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) falam sobre a pesquisa "The Brazilian Zika vírus causes birth defects in experimental models" desenvolvida por eles na Universidade de São Paulo (USP). (Rovena Rosa/Agência Brasil)
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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) teria começado a retardar a autorização para a importação da matéria-prima para a produção da vacina CoronaVac, da empresa chinesa Sinovac, que será produzida em parceria com o Instituto Butantan. A informação foi passada pelo diretor-geral do Instituto, Dimas Covas, em entrevista à colunista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo.

Conforme Covas, um pedido formal de liberação excepcional da importação foi enviada à Anvisa em 23 de setembro, mas nesta quinta-feira (22), um comunicado da Agência informou que o assunto só seria tratado em uma reunião em 11 de novembro.

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“Estou inconformado e ansioso. (…) Uma liberação que ocorre em dois meses deixa de ser excepcional. (…) A fábrica do Butantan já está pronta para produzir a vacina. Estamos esperando apenas a autorização para importar a matéria-prima e começar o processo”, afirmou Dimas Covas.

Segundo o plano original do Instituto, 6 milhões de doses do imunizantes já prontas deveriam chegar no Brasil em outubro e a previsão era que as outras 40 milhões de doses fossem fabricadas até dezembro a partir da matéria-prima que seria enviada pela empresa chinesa. Com o atraso para a liberação, as doses que poderiam ficar prontas em dezembro deste ano só poderão ser finalizadas, no mínimo, em janeiro de 2021.

Um dia antes da resposta da Anvisa, o presidente Jair Bolsonaro disparou contra a vacina e suspendeu um protocolo firmado entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan para a compra das doses que seriam distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A Anvisa ainda não se pronunciou.

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