Um eventual corte de salários acima do teto do funcionalismo (R$ 39,3 mil) seria insuficiente para financiar uma ampliação significativa do Bolsa Família, informa o jornal Folha de S. Paulo, sobre uma proposta de congressistas endossada pelo ministro Paulo Guedes (Economia).
A medida defendida por membros do governo e líderes enfrenta forte lobby de servidores, especialmente do Judiciário, no Congresso.
Em 2015, o governo Dilma Rousseff (PT) apresentou um projeto semelhante. A proposta representaria o equivalente a R$ 1 bilhão por ano de redução de despesas para a União.
De acordo com a reportagem da Folha, para bancar o Renda Cidadã, programa que deve substituir o Bolsa Família, a equipe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) busca cerca de R$ 20 bilhões.
Com essa verba, a ideia é ampliar a cobertura das transferências de renda a famílias na linha de pobreza e extrema pobreza, além de aumentar o valor do benefício mensal.
Embora tenha peso político e moralizador, o projeto de cortar os supersalários, debatido por governo e congressistas, tem baixo impacto nas contas públicas. O efeito é maior em estados e municípios, destaca a publicação.