A polícia baiana matou 1.321 negros durante operações ao longo de 2023, apontou o boletim Pele Alvo, realizado pela Rede de Observatórios de Segurança. Ao todo, foram 1.702 mortes em operações policiais no ano passado na Bahia, o segundo maior já registrado pela entidade no Brasil. Dessas, 1.396 descrevem a cor/raça das vítimas – em 381 casos, esse dado não foi registrado). Ou seja, a morte de negros representa 94,6% dos números em que o dado foi considerado. A informação é de uma reportagem do jornal Correio8
Em 2023, a Bahia foi o único estado brasileiro a registrar mais de mil mortes decorrentes de ações policiais. O cenário de violência policial, no entanto, não é o único que a Bahia lidera. O estado é campeão de mortes violentas no primeiro semestre de 2024, com 2.087 homicídios dolosos registrados, segundo a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Sinesp), sistema do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). É também o que mais mata mulheres e negros, conforme dados do Atlas da Violência 2024.
O Correio* aponta que em cada um dos 365 dias de 2023, pelo menos sete pessoas negras sofreram com a letalidade policial em todos os estados monitorados, mas somente a Bahia teve um número de mortes que representou quase a metade (47,5%) de pessoas negras mortas em ações policiais em todos os nove estados abarcados pelo boletim Pele Alvo.
A reportagem do Correio* acrescenta que procurou a Polícia Militar e a Polícia Civil para se posicionarem sobre os dados divulgados pelo boletim da Rede de Observatórios de Segurança. Ambas as pastas sugeriram o contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). Procurada, a SSP-BA não respondeu ao CORREIO sobre os números da letalidade policial nem sobre estratégias para reduzir tal cenário.