O manifesto elaborado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) “em defesa do Brasil e das liberdades do povo” ultrapassou 650 mil assinaturas na tarde deste domingo (31). Publicado na plataforma change.org, o abaixo-assinado defende que não há democracia sem respeito às liberdades individuais, e denuncia uma “ditadura de pensamento único” no país.
Sem liberdade não há democracia, sem justiça não há liberdade, sem honra não há respeito, sem dever não há ordem e progresso, sem piedade não há amor e humildade, e sem esperança iremos sucumbir – diz o manifesto.
No texto, os signatários afirmam ser “um povo pacífico que ama sua nação”, e rejeitam a pecha de “incentivadores de atos antidemocráticos e divulgadores de fake news”.
– Somos um povo pacífico que ama sua nação, que defende a democracia e as liberdades. Não podemos renunciar às liberdades que Deus nos deu. Nosso dever é lutar pelo que já conquistamos, por aquilo que cremos, por nossa fé, pelo direito de ir e vir, pelo direito de livre expressão – pontuam.
CARTA PELA DEMOCRACIA
O abaixo-assinado a favor do presidente foi criado nesta quinta-feira (28), um dia após ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), empresários, banqueiros e artistas assinarem a Carta pela Democracia, escrita por ex-docentes do curso de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em defesa do sistema eleitoral brasileiro e das urnas eletrônicas.
Com cerca de 604 mil assinaturas, o documento afirma que o Brasil “está passando por um momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”.
A Carta gerou insatisfação por parte do presidente Bolsonaro, que negou, na quarta-feira (27), que o Brasil viva um momento de risco para a democracia.
– Vivemos em um país democrático, defendemos a democracia. Não precisamos de nenhuma cartinha para falar que defendemos a democracia, e que queremos, cada vez mais, nós, cumprir e respeitar a Constituição. Não precisamos, então, de apoio ou sinalização de quem quer que seja para mostrar que o nosso caminho é a democracia, é a liberdade, é o respeito à Constituição – declarou na ocasião.