De olho em 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer encontrar uma forma de compensar os deputados Elmar Nascimento (União Brasil) e Antonio Brito (PSD), após Hugo Motta (Republicanos-PB) consolidar o favoritismo na corrida pela presidência da Câmara. Esses afagos entrarão na discussão da prometida reforma ministerial.
Segundo apurou a Coluna do Estadão, tão logo as eleições para a Mesa Diretora sejam definidas, Lula quer uma conversa franca com Elmar e Brito sobre o espaço de seus partidos no governo. E será aberta a chance de substituir os nomes indicados por União e PSD para a Esplanada. Ao presidente não interessa o descontentamento das siglas, que cresceram nas eleições municipais.
Ainda assim, o foco da reforma ministerial será fortalecer a base política que dará apoio à reeleição de Lula. Portanto, para terem força no rearranjo, os dois deputados precisarão “fazer o L” em 2026. Se no início do governo Elmar fora vetado na Esplanada pelo histórico antipetista, as negociações na Câmara o reposicionaram politicamente e abriram as portas do diálogo com o Planalto, dizem fontes. Além disso, o deputado, ao romper com Arthur Lira, perdeu a pecha de longa manus do alagoano.
PSD e União têm, cada um, três ministérios. A sigla de Brito comanda Minas e Energia, com Alexandre Silveira; Agricultura, com Carlos Fávaro; e Pesca, com André de Paula. Já o partido de Elmar tem as pastas de Comunicações, com Juscelino Filho; Turismo, com Celso Sabino; e Integração Nacional, com Waldez Góes. Embora não filiado ao União, Góes é uma indicação direta do senador Davi Alcolumbre (União-AP).
No ano passado, o União fez uma substituição nas suas indicações à Esplanada após a deputada federal Daniela Carneiro trocar o partido pelo Republicanos. À época, a bancada na Câmara manifestou ao Planalto que não era mais representada pela parlamentar, a indicou Celso Sabino à pasta do Turismo. Na mesma lógica, Elmar poderia entrar na equipe de Lula substituindo um dos três ministros do União Brasil.
Eduardo Gayer/Estadão