A decisão do PSOL de lançar candidato próprio para o Senado em SP, revelada pela coluna na terça-feira (5), suscitou um temor entre lideranças progressistas de que eleitores de esquerda possam se dividir na hora de escolher um nome para a Casa.
A dissidência poderia prejudicar eleitoralmente o ex-governador Márcio França (PSB), que, no próximo sábado (9), deve ser oficialmente indicado para a vaga pela chapa do pré-candidato do PT ao Governo de SP, Fernando Haddad.
Embora França apareça como segundo colocado na corrida para governador, segundo resposta estimulada na última pesquisa do Datafolha, lideranças que apoiam o seu nome temem uma polarização na base petista.
Em 2020, por exemplo, os eleitores do PT se dividiram entre o candidato do partido para a Prefeitura de SP, Jilmar Tatto, e o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que passou para o segundo turno.
Ainda que um eventual candidato do PSOL não rivalize ou tenha força para reeditar a disputa do pleito de 2020, a dispersão de votos poderia abrir caminho para a derrota de Márcio França, mesmo que por uma pequena margem, em uma votação apertada. Há apenas uma vaga para SP no Senado neste ano.
Apesar de receberem com perplexidade a decisão do PSOL de se lançar ao Senado após diversas tratativas, integrantes do PT avaliam que a legenda não quer prejudicar a candidatura de Fernando Haddad, mas expressar a sua posição. E, por isso, estão dispostos a dialogar à exaustão em busca de um novo arranjo.
Mônica Bergamo/Folhapress