O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na quarta-feira (6) que pretende solicitar ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para viajar aos Estados Unidos e participar da posse de Donald Trump, marcada para o dia 20 de janeiro de 2025.
A declaração foi dada em entrevista à Folha de São Paulo, onde o ex-presidente revelou que já teve três pedidos de viagem internacional negados por Moraes, o último deles para comparecer a um evento em Mar-a-Lago, residência de Trump na Flórida.
Bolsonaro explicou que, caso receba um convite formal de Trump, pedirá permissão ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para embarcar. “Se o Trump me convidar, eu vou peticionar ao TSE, ao STF. Agora, com todo o respeito, o homem mais forte do mundo… você acha que ele vai convidar o Lula? Talvez protocolarmente”, alfinetou o ex-presidente, fazendo uma referência ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em seguida, Bolsonaro afirmou que ele seria a única pessoa do Brasil com chance de ser convidado para o evento. “Quem vai convidar do Brasil? Talvez só eu. Ele [Moraes] vai falar não para o cara mais poderoso do mundo? Eu sou ex-presidente. O cara vai arranjar uma encrenca por causa do ex?”, declarou.
Atualmente, Bolsonaro está com o passaporte retido e proibido de deixar o país devido a investigações relacionadas a suas ações e declarações durante o período pós-eleitoral, em que foram levantadas acusações de envolvimento em tentativas de golpe de Estado.
O ex-presidente também comentou sobre a participação de um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em um evento recente em Mar-a-Lago. Eduardo esteve na residência de Trump na terça-feira (5). “O Eduardo tem amizade enorme com ele [Trump]. Tanto é que de 85 convidados ele foi e botou mais dois para dentro, o Gilson [Machado, ex-ministro de Bolsonaro] e o filho do Gilson”, afirmou.
Em relação ao convite de Trump, Bolsonaro afirmou que o ex-presidente norte-americano tem “uma paixão” por ele, que teria sido construída pela maneira como o tratou durante seu governo. “Ele me tem como uma pessoa que ele gosta, é como você se apaixona por alguém de graça, né? Essa paixão veio da forma como eu tratava ele, sabendo o meu lugar”, disse.